Energia da Biomassa

 

    No processo de fotossíntese, as plantas transformam a energia solar em energia química, podendo esta ser convertida em energia eléctrica, combustível ou calor.

    Dá-se o nome de biomassa às fontes orgânicas usadas neste processo. Nesta classificação também cabem os efluentes agro-pecuários, agro-industriais e urbanos. 

    Os recursos renováveis significam, neste momento, cerca de 20% do fornecimento mundial de energia, dos quais 14% respeitam à biomassa. Nesta área podemos considerar várias fontes energéticas: a biomassa sólida, os biocombustíveis gasosos e os biocombustíveis líquidos. 

    A biomassa sólida tem como fonte os produtos e resíduos da actividade agrícola, bem como a fracção biodegradável dos resíduos industriais e urbanos. 

    O biogás, que é um biocombustível gasoso, tem origem nos efluentes da agro-pecuária e resíduos sólidos urbanos. Este gás resulta da degradação biológica da matéria orgânica. 

    Os biocombustíveis líquidos podem apresentar-se de várias formas:

  • Biodiesel: obtido através de óleos de colza ou de girassol, quimicamente tratados;
  • Etanol: é o álcool mais comum, incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor característicos; resulta da fermentação de hidratos de carbono;
  • Metanol: o processo de produção mais simples parte da síntese de gás natural ou a partir de madeira (gaseificação). 

    Os biocombustíveis gasosos são usados, posteriormente, para queima, da qual se obtém energia térmica ou eléctrica. Já os biocombustíveis líquidos podem ser usados, parcial ou totalmente, como combustíveis para veículos motorizados.

 

 Aproveitamento da energia da Biomassa

 

    Na União Europeia, o consumo de energia da biomassa ronda os 45 Mtep, equivalentes a pouco mais de 3% do consumo de energia primária. No entanto, há países em que o peso desta fonte de energia é da ordem dos 20%, como é o caso da Finlândia e da Suécia.

    Em Portugal, estima-se que o consumo de energia da biomassa se aproxime dos 0,9 Mtep (milhões de toneladas equivalentes de petróleo), equivalentes a 4,7% do consumo de energia primária e cerca de 6% da energia disponível para consumo final. Este valor reparte-se essencialmente entre as contribuições dos resíduos florestais e dos resíduos industriais, maioritariamente das indústrias da madeira, cortiça e papel. Ao longo dos últimos anos, surgiram também diversas instalações para aproveitamento energético de biogás, a maior parte das quais no sector agro-pecuário. O peso do biogás no balanço energético nacional é, contudo, ainda bastante reduzido.

 

Vantagens e Desvantagens

 

   No que respeita à biomassa sólida, o processo de conversão ou de aproveitamento de energia passa pela recolha de resíduos, seguindo-se o transporte para os locais de consumo, onde é feito o aproveitamento energético por combustão directa.

    A biomassa sólida é relativamente barata e tem a grande vantagem de não emitir, na sua combustão, dióxido de enxofre. As suas cinzas também são menos agressivas para o ambiente que as produzidas pela queima de combustíveis de origem fóssil, o que reduz os riscos ambientais. Por outro lado, é sempre uma vantagem quando se trata de uma energia renovável.

    A biomassa sólida tem, porém, um poder calorífico menor que outros combustíveis e apresenta maiores possibilidades de serem emitidas partículas para a atmosfera. Apresenta, ainda, problemas ao nível do armazenamento.

    Na produção de etanol, que serve como combustível de veículos, existem algumas desvantagens, ainda sem fim à vista, relacionadas com a queima de canavial e com a libertação de dióxido de carbono, ozono, enxofre e gases de nitrogénio, contribuindo para as chuvas ácidas.