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Governo Regional aposta nas renováveis

 

14/04/2011

Por Augusto Soares

 

    Teve lugar no Auditório do Museu Casa da Luz, as Jornadas Técnicas no projecto TRES – Transição para um modelo Energético Sustentável para a Madeira, Açores e Canárias, organizadas pela AREAM – Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma da Madeira – reunindo especialistas de várias entidades dos três arquipélagos, potenciando a cooperação e partilha de conhecimentos e experiências.

    Na abertura do encontro, o presidente da AREAM, Melim Mendes, referiu que o projecto TRES é co-financiado pela União Europeia, pelo PCT-MAC 2007-2013 e “visa fundamentalmente estudar em conjunto possibilidades e eliminar algumas barreiras técnicas que existem para a concretização de determinados empreendimentos de energias renováveis”.

    Em análise esteve a adaptação de modelos meteorológicos para a previsão de produção de energia eléctrica através da energia eólica e a da energia solar em instalações fotovoltaicas, bem como soluções para a estabilidade dinâmica das redes eléctricas, com vista à optimização da utilização das energias renováveis intermitentes em sistemas eléctricos insulares.
 

Receio do nuclear é favorável às renováveis
 

    Questionado sobre a aposta nas energias renováveis face aos problemas que outras fontes energéticas apresentam, nomeadamente a energia nuclear, com o recente desastre na central de Fukushima, Melim Mendes disse que a “tragédia do Japão” representa “mais um prego no caixão do nuclear”, lembrando que teve a oportunidade de visitar a central nuclear de Fukushima em 1972.

    Assim, após salientar que a energia nuclear constitui “uma fracção importante da energia eléctrica a nível mundial”, sublinha que o desenvolvimento desta energia “está seriamente hipotecada”, pelo que “as outras energias ganham importância acrescida”.

 

Projectos inovadores estão a ser desenvolvidos


    Por seu lado, a directora regional do Comércio, Indústria e Energia, Isabel Rodrigues, começou por destacar a importância do projecto TRES, lembrando que a “Região tem uma forte dependência energética do exterior, o que implica custos acrescidos, sobretudo quando a instabilidade no mundo é grande com subidas sucessivas no preço do petróleo”.

    Assim, sublinhou ser necessário “reduzir cada vez mais a dependência, o que passa por apostarmos nas energias renováveis bem como na eficiência energética”, acrescentando que “o plano da política energética regional vai nesse sentido”.

    Deste modo, Isabel Rodrigues realçou que o Governo Regional “está fortemente empenhado nestas questões da energia”, lembrando os vários projectos que estão a ser desenvolvidos, quer com a contribuição da AREAM quer com a colaboração da EEM, e que são bastante inovadores, desde o projecto de introdução do gás natural na Madeira, o biocombustível no Porto Santo e a forte aposta nas energias renováveis (hídrica e eólica), assim como dos produtores independentes”.


Empreendimentos na Região dados a conhecer

    Quanto ao projecto TRES, salientou a sua importância para “monitorizar a par e passo, prever e simular “ tendo em vista as necessidades energéticas e a optimização e aumento das energias renováveis.

    Além destas Jornadas Técnicas, os parceiros do projecto TRES, vindos de Canárias e dos Açores, terão a oportunidade de conhecer alguns dos empreendimentos energéticos da Madeira, como boas práticas na política energética da Região.


Película fotovoltaica transparente permite gerar energia em qualquer superfície

 

Tecnologia WYSIPS estará no mercado em 2012

2011-04-06

 

    Com seis horas de exposição solar será possível, num futuro próximo, carregar telemóveis, e mesmo computadores, utilizando um “protector de ecrã” especial. O dispositivo chama-se WYSIPS e estará no mercado, segundo informações da companhia francesa com o mesmo nome, em 2012.

    O que gera energia é a superfície fotovoltaica. A tecnologia consiste em alternar na película faixas de células solares com uma superfície lenticular, um sistema semelhante aos ecrãs 3D em que não são necessários óculos, ou seja, as imagens holográficas.

    WYSIPS são as iniciais de What You See Is Photovoltaic Surface, ou seja, o que se vê é uma superfície fotovoltaica.Na verdade, esta superfície tem a vantagem de ser invisível.

    Segundo a companhia, esta é mesmo a primeira película fotovoltaica transparente. Desta forma, o material actua na absorção de energia sem cobrir o objecto que envolve.

    A publicação online especializada em tecnologia – Engadget – testou o dispositivo e confirma que funciona. Na experiência, foram gerados, aproximadamente, entre 1,2 e 2,5 volts.

 
Joël Gilbert desenvolve tecnologia desde 2004

    O inventor da WYSIPS, tecnologia que está a ser desenvolvida desde 2004, é Joël Gilbert, um astrofísico especializado na área da energia solar. O investigador inspirou-se no processo holográfico utilizado, por exemplo, em capas de livros. A ideia foi simples: substituir uma das imagens por faixas fotovoltaicas.

    O WYSIPS pode ser integrado tanto em ecrãs como em vidro, plástico ou mesmo velas, tornando o material fonte de energia fotovoltaica. Telemóveis, computadores, roupas, livros, carros e mesmo casas poderão assim, estar constantemente a produzir energia.


Portugal é líder em energias renováveis

Por JPN - jpn@icicom.up.pt
Publicado: 21.03.2011 | 17:54 (GMT)

 

Portugal é o 10.º país mais atractivo para energias renováveis, segundo um estudo da Ernst &Young.

Portugal foi distinguido internacionalmente como líder de produção de energia renovável e é considerado um dos dez países mais atractivos do Mundo para se investir nesta área. O estudo da Ernst &Young determina que, em 2009, Portugal produziu 45% da sua energia com base em fontes renováveis.

Em Amareleja, no Alentejo, está instalada a maior central solar fotovoltaica do Mundo, a funcionar desde finais de 2008. Portugal também é o segundo maior produtor de energia eólica, à escala europeia.


Energia solar cresceu 75% em 2010 na Alemanha

(AFP) – ‎21 de Mar de 2011‎

 

BERLIM — A capacidade de produção de energia solar na Alemanha aumentou 75% em 1 ano e alcançou os 17.300 mega watts em 2010, anunciou a autoridade alemã para a regulação das redes (Bundesnetzagentur).

Apesar de contar apenas com 1.300 a 1.900 horas de sol por ano, a energia solar viveu um verdadeiro boom na Alemanha, graças ao sistema de preços garantido pelo Estado.

O Estado alemão garante que todos os produtores de electricidade solar, seja particular ou um agricultor que tenha instalado um campo de painéis solares, possam vender a energia que produzem a um preço muito superior ao do mercado.

 


Catástrofe no Japão reacende debate nuclear

17 de Março de 2011

Por Armando Mombelli, swissinfo.ch

  

    Os social-democratas e o Partido Verde (ecológicos) exigem o abandono rápido da energia nuclear. Já os partidos do centro requerem mais informações e aprofundamento no debate. Já a direita defende a opção atómica.

    Se a catástrofe de 11 de Março no Japão antecipa a batalha na política energética, uma reviravolta no Parlamento helvético é pouco provável.

    O debate sobre o futuro da energia nuclear na Suíça deveria ser um dos principais temas da próxima legislatura. Inicialmente, o Parlamento pretendia pronunciar-se sobre três projectos de construção de novas centrais. Elas devem substituir as cinco actuais, cuja vida útil chega ao fim nos próximos anos. Um plebiscito estava planeado para 2013.
 
    Mas esse contexto foi criado sem levar em conta a tragédia que se abateu sobre o Japão e que, actualmente, acelera a batalha sobre a questão da energia nuclear. Os social-democratas e "verdes" exigem uma sessão extraordinária no Parlamento helvético em Junho e multiplicam a entrega de propostas de lei, interpelações e outras iniciativas. Após a catástrofe de 11 de Março, eles avaliam que as medidas anunciadas nos últimos dias pelo governo federal não são suficientes.
 
    Na segunda-feira (14/03), a ministra responsável pela pasta da energia, Doris Leuthard, decidiu submeter as centrais nucleares activas na Suíça a novos exames de segurança e suspender os trâmites de análise dos pedidos de autorização para a construção de novas centrais nucleares no país.
 
    Riscos na Suíça
 
    "Doris Leuthard declarou que a segurança da população é prioridade absoluta. Agora, ela deve traduzir suas palavras em actos concretos. O governo deve seguir o exemplo dado pelas autoridades alemãs, que decidiram fechar sem espera as instalações nucleares mais antigas do país", declarou Christian Van Singer, deputado-federal do Partido Ecológico Suíço (PES).
 
    O PES e o Partido Social-democrata exigem, portanto, o desligamento das centrais de Mühleberg, Beznau I e II, no mais tardar até 2012. "Talvez a gente não tenha tsunamis na Suíça, mas os terramotos, as inundações e os furacões são riscos bem concretos. Mesmo as falhas técnicas não podem ser totalmente excluídas", acrescenta Van Singer.
 
    Segundo os verdes e os social-democratas, essa estratégia seria possível sem consequências nefastas para o abastecimento energético do país. "Na Alemanha quatro centrais foram desligadas e ninguém percebeu. Não podemos esquecer que produzimos na Europa uma excedente de energia eléctrica. A electricidade não serve unicamente para gerar energia, mas também dinheiro", declara o deputado verde, Geri Müller.
 
    Projectos em espera
 
    "As três centrais nucleares antigas fornecem somente 8000 giga watts por hora sobre o total de 26 mil produzidos pelas cinco centrais actuais. Trata-se então de uma parte pouco importante do nosso consumo eléctrico. E somente com os projectos de energia renovável apresentados até então, uma produção de 9000 giga watts por hora será realizável", acrescenta o deputado social-democrata, Eric Nussbaumer.
 
    “Infelizmente esses projectos ainda estão na lista de espera dos temas a tratar, pois a legislatura actual não apoia os investimentos em energias renováveis. Portanto, precisamos de uma rápida mudança da base jurídica. De facto, diversos estudos mostram que a energia fotovoltaica poderá garantir uma parcela igual a 30 a 35% da electricidade", afirma Eric Nussbaumer.
 
    Além disso, um bom programa de eficiência energética permitiria realizar economias de electricidade de aproximadamente 15%. Segundo os verdes e os social-democratas, essas medidas seriam suficientes para substituir as duas centrais mais novas (Leibstadt e Gösgen) no prazo de dez anos. Portanto, os dois blocos pedem ao governo que elabore uma lei para permitir uma saída rápida da energia nuclear.”